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O Interouvir é um projeto de extensão vinculado ao LABETS. Tem, como objetivo, promover rodas de debate públicas sobre os desdobramentos das relações éticas entre som, música, seres humanos e sociedade, a fim de incentivar a criação de contextos autônomos de discussão sobre ética sonora. A iniciativa começou na cidade de João Pessoa em 2020, mas, por conta da pandemia, foi estendida ao território nacional.

 

São contemplados contextos do setor público, como escolas municipais, colégios estaduais, órgãos e autarquias com atuação em questões ambientais e culturais, assim como segmentos do setor privado, tais como empresas, associações, templos religiosos, e iniciativas do terceiro setor, como coletivos culturais e demais organizações não governamentais.

 

Buscamos executar o projeto observando a necessidade de construção de uma cultura coletiva de som - a princípio, na cidade de João Pessoa - que possa mitigar concepções unilaterais sobre o aspecto sonoro, congregando a concretude da dimensão física, observada na legislação municipal e estadual disponível e como ela se aplica à realidade pessoense, à importância da dimensão simbólica do aspecto sonoro, considerando a grande diversidade musical e cultural que João Pessoa abriga.

 

Assim, são problematizadas questões acústicas e como estão postas nos documentos oficiais, a aplicabilidade da lei e sua real eficácia na vida do cidadão, mas também questões culturais que envolvem estética, crença e costume sonoro e seus níveis de engajamento de ética sonora.

 

Durante o isolamento social necessário por conta da pandemia de COVID-19, nossas rodas aconteceram de forma online. Em 2020, foram 9 edições.

 

Os encontros acontecem em dois formatos:

 

 

RODAS SEMANAIS

 

 

Reuniões feitas com setores específicos da sociedade, com duração entre 1 e 2 horas. Entre os contextos contemplados em 2020, foram realizados debates com a Ordem dos Músicos do Brasil e com uma candidatura coletiva à câmara de vereadores de João Pessoa.

 

 

 

Gostaria da nossa ajuda para organizar uma roda de debate presencial no seu bairro, na sua escola ou na sua empresa? Ou, quem sabe, reunir virtualmente um grupo de pessoas para discutir a temática? É só nos escrever uma mensagem, que entraremos em contato.

 

LIVES COM ESPECIALISTAS

 

 

Além das rodas de debate com interessados em geral, também são realizadas lives com especialistas através da rede social do grupo no Instagram e no seu canal do Youtube, o que se mostrou como uma boa estratégia para conseguir ampliar ainda mais a captação de interessados de uma forma que talvez nas rodas presenciais não fosse tão fácil devido às questões logísticas. Ao todo, cinco lives aconteceram durante os seis meses de execução do projeto, cada uma com um convidado discorrendo a respeito de assuntos específicos sobre o aspecto sonoro de nossos cotidianos.

 

 

Seguem as lives de 2020:

 

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A primeira, intitulada “A (im)possibilidade do conceito penal de poluição sonora”, trouxe Douglas Silva, servidor público estadual, para discorrer sobre termos bastante específicos e que tocam diretamente na problemática do som físico na sociedade, como “lei penal em branco” e o próprio conceito de “poluição sonora” que, apesar de existente na legislação, constitui um impasse de materialidade para sua constatação e coerção.

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A segunda live, “O papel do som e da música nos rituais com Ayahuasca”, foi realizada com o professor do IFPB, Christian Weik, a respeito dos papeis desempenhados pelo som e pela música em cerimônias neoxamânicas com ayahuasca. Nossos principais questionamentos foram a respeito de como os elementos sonoros atuam no ritual, se como mera camada somada às outras, ou se como um elemento fundamental de união entre elas.

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A live “Misofonia, fonofobia e hiperacusia: alterações na percepção sonora”, com a psicóloga clínica e neuropsicóloga Bárbara Basmage, consistiu numa conversa a respeito de como tais alterações do sistema límbico atuam na nossa percepção, reação e tolerância a determinados sons. Foi a primeira live transmitida pelo nosso canal do You Tube através da ferramenta gratuita de streaming Stream Yard.

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A quarta live, “Relatos de um ex-misofônico”, trouxe Alexandre Mota, autor de “Diário de um (quase) ex-misofônico”, criador e administrador do site Misofonia.com, cocriador da Associação Brasileira Virtual de Misofonia (ABVM) e voluntário em grupos de apoio de misofonia, TDAH e zumbidos no ouvido. Durante a conversa, Alexandre discorreu sobre a sua própria experiência com a misofonia dos 7 aos 49 anos, relatando sobre como esses desdobramentos influenciaram sua vida, suas escolhas e sua saúde física e mental.

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Por fim, convidamos o Prof. Dr. Alexandre Bádue, musicólogo na Wabash College, Indiana, EUA, especialista em história e desenvolvimento estético dramático e musical do teatro musical norte americano, para nos falar sobre o tema “Estética sonora em teatro musical: possibilidades de relações com a ética sonora”. Considerando as relações existentes entre as concepções de um musical e o campo dos sound studies no contexto dos teatros musicais norteamericanos, tiveram destaque na conversa o aumento de intensidade sonora dos musicais durante o séc. XX e os desdobramentos de tecnologia sonora que possibilitaram a realização de megaespectáculos de teatro musical na Broadway.

 

INFOGRÁFICOS

 

 

A fim de facilitar a familiarização e compreensão dos participantes com os conceitos abordados e promover socialmente a discussão sobre os efeitos do uso ético do som, a criação de infográficos foi uma forma didática de apresentar, resumidamente, a esse público participante, os principais pontos abordados e discutidos em reunião, com o intuito de que este participante leve a seus pares discussões semelhantes acerca do som, assenhorando-se do caráter geral da discussão e do conhecimento adquirido na roda de debate a qual participou.

 

Clique nas imagens abaixo para ver alguns infográficos gerados pelos debates:

 

 

Quer conhecer nosso outro projeto, o Mosaico Éticosonoro?